Geraldo de Barros, nascido em 1923 em Chavantes, São Paulo, foi um renomado designer e fotógrafo brasileiro que deixou um legado significativo nas artes visuais do país. Sua trajetória singular reflete a interseção entre o design e a fotografia, revelando uma abordagem inovadora que transcendeu fronteiras tradicionais. Graduado em Direito, foi um autodidata na arte do design e da fotografia. Em 1949, fundou o grupo Ruptura, movimento que buscava, como o próprio nome diz, romper com as tradições artísticas vigentes, estabelecendo uma nova estética visual. Este grupo foi fundamental para consolidar o movimento construtivista no Brasil.

Paralelamente à sua carreira no design, Geraldo de Barros desenvolveu uma profunda relação com a fotografia. Inicialmente influenciado pelo pictorialismo, evoluiu para abraçar o abstracionismo, explorando a interação entre luz, sombra e formas geométricas. Sua série "Fotoformas" (1950-1951) é emblemática dessa transição, apresentando composições abstratas que evidenciam sua maestria técnica e inovação estética. Ele não se contentava com os limites estilísticos estabelecidos. Em 1958, criou a série "Sobras" e "Fotoformas Sobras", utilizando sobras de outras obras para construir composições originais. Esse espírito experimental e de reutilização tornou-se uma assinatura de seu trabalho, desafiando as convenções e provocando reflexões sobre a natureza efêmera da arte.

Ao longo de sua carreira, Barros foi reconhecido nacional e internacionalmente. Participou de exposições nos Estados Unidos, Europa e América Latina, consolidando sua posição como um dos expoentes das artes visuais brasileiras do século XX. Sua obra é preservada em importantes acervos, como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP).

PINTURA


Geraldo de Barros começou a pintar em 1946. Clóvis Graciano, Colette Pujol e Takaoka foram seus primeiros mestres. Juntamente com Takaoka, Athayde de Barros e Antonio Carelli, eles criaram o "Grupo XV" em São Paulo em 1947.

Em 1951, estudando em Paris com S.W. Hater, ele explora a gravura seguindo as influências de Paul Klee. De volta a São Paulo em 1952, de Barros é um dos fundadores do Grupo Ruptura, o primeiro movimento concreto no Brasil.

A maioria das obras deste período pertence às principais coleções brasileiras ou internacionais. Nos anos 60, após alguns anos dedicados ao design industrial, de Barros retorna à pintura usando elementos da publicidade e do ambiente externo para criar enormes obras de arte da Pop Art.

Além da homenagem à Arte Concreta na Bienal de São Paulo de 1979, de Barros revisita suas primeiras pinturas concretas. Suas novas obras são feitas de fórmica, assim como os móveis que ele está projetando na Hobjeto. Com esta série, de Barros representa o Brasil na Bienal de Veneza em 1986.

FOTOFORMAS


Pioneiro na fotografia abstrata no Brasil, Geraldo de Barros esteve ativo nesse campo entre 1947 e 1951. Com sua série "Fotoforma", o artista renovou a criação fotográfica em seu país e atualmente é exibido em todo o mundo. Desde 2014, o acervo da Fotoforma pertence ao Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro. Para qualquer solicitação relacionada à Fotoforma, entre em contato diretamente com o Instituto Moreira Salles.

UNILABOR


Pioneiro na fotografia abstrata no Brasil, Geraldo de Barros esteve ativo nesse campo entre 1947 e 1951. Com sua série "Fotoforma", o artista renovou a criação fotográfica em seu país e atualmente é exibido em todo o mundo. Desde 2014, o acervo da Fotoforma pertence ao Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro. Para qualquer solicitação relacionada à Fotoforma, entre em contato diretamente com o Instituto Moreira Salles.

Barros deixou sua marca indelével no design brasileiro como um dos fundadores da Hobjeto (1955), uma das primeiras empresas dedicadas ao design moderno no país. Seu trabalho revolucionou a produção de móveis, introduzindo conceitos vanguardistas e de funcionalidade inovadora. A linha Forma de móveis, projetada por Barros, exemplifica sua abordagem minimalista e ergonômica, representando um marco no design moderno brasileiro.



Além da Hobjeto, Geraldo de Barros desempenhou papéis fundamentais em outras empresas notáveis. Participou ativamente da Forma S/A, uma empresa pioneira na produção de móveis planejados no Brasil, onde contribuiu significativamente para que a empresa se consolidasse como referência no setor.

Sua obra transcendeu fronteiras disciplinares deixando uma marca indelével no design e na fotografia brasileira com uma abordagem inovadora e a capacidade de unir estética e funcionalidade, ecoando através de suas criações enquanto sua atuação em empresas pioneiras impulsionou o desenvolvimento do design moderno no Brasil.

O legado de Geraldo de Barros ressoa como uma inspiração para as gerações futuras, destacando a importância da experimentação e da interconexão entre diferentes formas de expressão artística.
descrição da imagem

Nota-se que o componente de design principal de Geraldo de Barros é a cadeira. Elemento este que é focado nas peças publicitárias da Hobjeto como objeto central, com seu contorno orgânico que exalta o relacionamento entre o objeto e o homem. Para Geraldo, sua função é a de sustentar o corpo humano em sua forma antropomórfica.



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