Durante a sua vida, Vico Magistretti tornou-se um dos nomes mais reconhecidos do design, ajudando a definir o design italiano do pós-guerra no cenário mundial, ao mesmo tempo que apresentava o design e a arquitetura modernos a uma clientela essencialmente conservadora e tradicionalista. Trabalhando com planejamento urbano, arquitetura, design industrial e design de móveis, Magistretti era movido por uma paixão pelo que chamava de “objetos tradicionais anônimos”, que considerava extraordinários precisamente por sua banalidade – sua humildade, atemporalidade e utilidade cotidiana.
Nascido em Milão, Vico Magistretti estudou em diversas universidades italianas, tendo influência de Ernesto Nathan Rogers, e futuramente se formando em Arquitetura pela Escola Politécnica de Milão em 1945. Desde jovem era um arquiteto de destaque, que veio com muitas ideias inovadoras e, muito rapidamente, surgiu como um dos expoentes mais brilhantes da sua geração, realizando grandes trabalhos, principalmente nas décadas de 50 e 60.
Trabalhando com grandes empresas de mobiliário, como a italiana DePadova, desenvolveu diversos produtos que ficaram reconhecidos mundialmente.
Seus trabalhos de design estão em exposição no acervo permanente do MoMA em Nova York e em muitos outros museus nos Estados Unidos e Europa. No campo da arquitetura, vale a pena mencionar a sua nomeação como membro honorário do Royal College of Art em Londres.
Embora as histórias de origem por trás dos designs atemporais do mundo variem amplamente, a história do sofá Maralunga é uma das melhores na tradição do design: como diz a lenda, quando o fundador da Cassina, Cesare Cassina, viu pela primeira vez o protótipo da peça em meados da década de 1970, ficou tão enojado que deu um soco quebrando o encosto do sofá que desabou sobre si mesmo. . . na forma que a peça eventualmente assumiria. (“Certo, ótimo, parece perfeito para mim assim”, Magistretti supostamente respondeu.) Quer tenha sido um ajuste acidental ou uma consideração mais aprofundada do design, Cassina claramente mudou: sua empresa estreou o design de Magistretti em 1973. O Maralunga é caracterizado pelo que parece ser um encosto caído, mas na verdade é um apoio de cabeça de altura ajustável, movido por meio de uma corrente de bicicleta que passa por baixo das almofadas de espuma macia.
Projetado em 1973 e vencedor do prêmio Compasso d'Oro em 1979, o modelo Maralunga imediatamente se tornou um ícone de grande força e impacto no mercado internacional. A sua singularidade está associada à inovação oculta do encosto que pode ser levantado e abaixado graças ao mecanismo desenvolvido a partir de uma simples corrente de bicicleta, enquanto os seus volumes generosos e acolhedores acentuam o seu conforto e realçam a sua beleza intemporal. Desde a década de 1960, durante mais de 30 anos, as histórias de Cassina e Vico Magistretti entrelaçaram-se em inúmeras ocasiões, escrevendo capítulos extraordinários no design internacional. O relacionamento profissional e pessoal se fortaleceu cada vez mais para criar uma importante parceria que hoje é definida por ícones de design inovadores.
Para o projeto, Vico Magistretti sempre declarou que se inspirou no funcionamento das lanternas cegas dos mineiros. Mas o seu nome e o seu funcionamento lembram, de forma mais poética, o fenômeno astronômico. O projeto inspira-se claramente no imaginário coletivo da época: foram os anos da corrida à Lua e da “SPACE AGE” que influenciaram enormemente o design, a música, o cinema e até a moda.
Eclisse, desenho 1965, é um equilíbrio vanguardista entre forma e função, design e utilidade. A base do conceito reside na sua funcionalidade de ajustar a intensidade da luz através da sua sombra interna rotativa que “eclipsa” a fonte de luz. Na verdade, com um invólucro externo fixo e um invólucro interno móvel, a lâmpada pode fornecer luz direta ou difusa. A luminária de mesa faz parte da coleção permanente dos mais importantes museus de design, entre eles o MoMa de Nova York e o Triennale Design Museum de Milão.
